MULHER:
OPRESSÃO E LUTA
Pesquisa: “Avanços e retrocessos no combate da violência contra as mulheres”
Bruna Krimberg von Mühlen; Marlene Neves
- “Gênero pode ser considerado como o conjunto de acondicionamentos realizados pela sociedade na tentativa de transformar a sexualidade biológica em produtos da atividade humana em que essas necessidades sexuais são satisfeitas, ou seja, é um elemento constitutivo das relações sociais e históricas subjacentes às diferenças percebidas entre os dois sexos...”
- “As mulheres na história da humanidade sempre foram representadas como sendo o sexo frágil e os homens concebidos como o sexo forte... Tais representações são construções sociais, que são reproduzidas e reforçadas através de leis, normas e instituições – desde as famílias até as igrejas – e pela subjetividade fomentada pela cultura patriarcal”
- “A maioria das mulheres que sofrem violência é agredida por seus parceiros íntimos e muitas das mulheres que denunciam agressões são assassinadas antes de receber ajuda. “
-“A gestação é considerada uma etapa de particular vulnerabilidade para a ocorrência de violência”
- “Há um pressuposto de que as violências física e sexual são inevitavelmente mais graves do que a violência psicológica. No entanto, a violência psicológica, considerada qualquer ação ou omissão como xingamentos, ofensas, ameaças e injúrias, ocasiona danos à autoestima e à identidade e efeitos à saúde física e mental da mulher”
- “O movimento feminista foi responsável por dar visibilidade à violência contra a mulher e denunciá-la como pertencente à dimensão pública e coletiva, lutando para incluí-la na agenda de violações dos direitos humanos”
- “As mulheres precisam assumir posições de liderança transformadoras para poder influir na formação de valores e atitudes para maior justiça social e ambiental, desnaturalizando os valores da cultura patriarcal”
- “O empoderamento requer reconhecimento das restrições sociais a que as mulheres estão submetidas e a necessidade de reversão dessa situação, por meio de mudanças no contexto público, com a inserção em cargos de poder e decisão, educação não sexista e serviços de saúde adequados; e também em contextos individuais, como o aumento e autonomia, reorganização do trabalho doméstico, entre outros.”
Pesquisa: Mulher, bullying e trabalho: desvelando desigualdades de gênero
Bruna Meurer
- “Estudos realizados no Brasil e em outros países, apontam que as mulheres estão expostas a um risco adicional ao bullying nos ambientes de trabalho, em função de toda uma historicidade atrelada a desigualdades, estereótipos de gênero, e à dominação masculina ainda presente nesses contextos”.
- “Embora a maior parte dos estudos apontem que os homens em posição de chefia sejam comumente os agressores, as mulheres são apontadas como agressoras com maior frequência quando ocupam outras posições na organização (mesmo cargo)”.
- “As relações entre homens e mulheres, que implicam em desigualdades políticas, econômicas e sociais que configuram papéis diferenciados segundo o sexo, estão intimamente ligadas ao princípio de hierarquia”.
- “Estudo divulgado pelo Workplace Bullying Institute (WBI, 2009) retrata tal afirmação, ao constatar que os bullies do sexo masculino têm uma abordagem igualitária ao agir, atacando homens e mulheres relativamente na mesma proporção. Já as mulheres parecem preferir outras mulheres como alvo em mais de 70% dos casos”.
- “Se as mulheres em posições de liderança nos negócios agem de forma consistente com os estereótipos de gênero, elas são taxadas nas palavras dos pesquisadores ‘moles demais’ e não eficientes. Se elas vão contra os estereótipos de gênero, e adotam uma postura mais dura e agressiva são consideradas severas demais”.
- “Vemos aqui a ideia defendida por Strey (1999) de que as relações assimétricas entre os gêneros estão apoiadas em um pensamento binário, dicotômico entre os sexos, onde o feminino é correlacionado ao inferior e o masculino é correlacionado ao superior, que necessariamente refletem em todos os espaços, inclusive no trabalho.