MULHER:
OPRESSÃO E LUTA
Bullying no trabalho, e agora?
O assédio moral e o bullying no trabalho voltado às mulheres são fenômenos mais comuns em empresas do que se imagina. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Bullying no Trabalho dos Estados Unidos, divulgada em 2014, mostra que o bullying no trabalho não só é praticado por pessoas de cargos superiores para inferiores, como também entre colegas. Segundo o estudo, pelo menos 72% dos empregados norte-americanos foram vítimas, estão sendo alvo ou conhecem casos de bullying no trabalho. Do total de empregados pesquisados, ao menos 28% relataram que o bullying partiu de um colega ou de colegas de trabalho e não propriamente dos chefes.
Outra pesquisa, conduzida no Brasil, revelou que em 63,7% dos casos de bullying no trabalho a vítima é mulher e em especial as negras (que mais são assediadas moralmente). Além disso, outro estudo também aponta que as mulheres estão expostas a um risco adicional ao bullying nos ambientes de trabalho devido a desigualdades, estereótipos de gênero e à dominação masculina ainda presente nesses contextos.
E para quem está pensando que as mulheres só sofrem bullying por colegas e chefes do sexo masculino, está muito enganado. Mesmo que a maior parte dos estudos aponte que os homens em posição de chefia sejam comumente os agressores, as mulheres são apontadas como agressoras com maior frequência quando ocupam outras posições na organização (mesmo cargo). Uma explicação possível para este fato, de acordo com Maciel, Cavalcante, Matos, e Rodrigues (2007) é que os homens com maior frequência do que as mulheres estão em posições superiores, o que facilita serem apontados como principais agressores.