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Estereótipos Femininos 

 

"O homem desde de criança é bombardeado com uma serie de ideias de masculinidade, através da transmissão de certos 'valores masculinos' preconizados pelo senso comum. Frases como 'homem não chora', 'seja homem', 'está com tanto medo que até parece uma mulherzinha', dentre tantas outras, são aprendidas na infância como sinônimos do estereotipo de um certo 'homem com H' (Saffiot, 1987; Trevisan, 1998; Hennigen, 2004; Giffin, 2005)."


"Dessa forma reforça-se a cultura machista e patriarcal, em um processo que frequentemente se inicia na própria família. A legitimação do empoderamento do homem, assim, coloca a necessidade de produzir algo que possa vir a justificá-la: para a instituição de um 'sexo forte' deve-se consequentemente, criar um 'sexo frágil' - as mulheres. Culturalmente, portanto, diversas termos relacionados ao feminino passam a ser relacionados à ideia de fraqueza, de insegurança e de submissão, ao mesmo tempo em que palavras masculinas remetem à força, à segurança e à independência. Isso faz com que se formem protótipos normativos e valorativos mutualmente exclusivos e excludentes, reforçando-se ainda mais a noção de que 'homens' e 'mulheres' seriam, literalmente, 'opostos'."

Texto tirado das pesquisas de Marlene Neves Strey

 

Foto: Francielly Brites

Ganhos e prejuízos

Se, até a década de 70, a representação da mulher nas teledramaturgias limitava-se a uma posição exclusiva de mãe, profissões como secretária, enfermeira ou empregada doméstica e tramas envolvendo relacionamentos amorosos, hoje existe uma pluralidade de papéis. É o que aponta a professora de Jornalismo da PUCRS Me. Ana Carolina Escosteguy. Ela explica que hoje a mulher é retratada não apenas na esfera doméstica, mas também na rua e no mercado de trabalho.

 

Embora as abordagens mais tradicionais continuem sendo mostradas, não se pode mais falar em narrativas homogêneas. De acordo com Ana Carolina, ocorre um empoderamento da figura feminina na mídia, mostrando as mulheres como pessoas batalhadoras, que venceram na vida e atingiram patamares que antes lhes eram negados. A professora, no entanto, faz a ressalva de que essas novas representações possam dar a entender que as mulheres obtiveram igualdade, o que, na prática, não se vê nas relações sociais.

 

Outro ponto levantado é que a identidade múltipla da mulher nos meios de comunicação pode acarretar frustrações. “Se por um lado podemos ver essa construção de um ponto de vista positivo, ela propõe uma exigência de se colocar nesse lugar de uma mulher capaz, múltipla, esbelta, bem-sucedida dentro e fora de casa, como mãe e profissional”, ressalta Ana Carolina. 

Texto e imagens: João Paulo Wandscheer

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